Blog destinado à comunicação entre CRF e funcionários da Fundação Florestal

Blog destinado a manter um canal de diálogo entre funcionários, sociedade e o CRF

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Governador promulgou PL 249/2013 no aniversário de 30 anos da Fundação Florestal


Nem os apelos, protestos e manifestações contrárias ao PL249/2013, especialmente das comunidades tradicionais e indígenas, sensibilizaram o governador.
Sem consultas à sociedade e sem audiência pública, o patrimônio ambiental onde nasce boa parte da água utilizada para abastecimento público está sob risco.

Foi publicado no Diário Oficial de hoje a sanção da Lei 16.260,  que autoriza a Fazenda do Estado a conceder a exploração de serviços ou o uso, total ou parcial, de áreas em próprios estaduais que especifica e dá outras providências correlatas, no caso  Estações Experimentais e Parques Estaduais, respectivamente sob  gestão do Instituto Florestal e da Fundação Florestal.
Veja a Lei publicada no Diário Oficial clicando AQUI!
Este é o `presente´ que o governador entrega ao povo paulista no aniversário de 30 anos da Fundação Florestal.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Falecimento do Beto de Bananal - um grande coração que se vai

É com tristeza que comunicamos o falecimento no dia 22 passado,  do  funcionário público do  Instituto Florestal, José Roberto Alves Suarez - o BETO - integrante da equipe da Estação Ecológica de Bananal.

Beto iniciou sua missão no Núcleo Caraguatatuba do PESM, em 25/02/1994, ingressando por concurso público na carreira de auxiliar de apoio a pesquisa, trabalhando e executando funções administrativas, de atendimento público, educação ambiental, proteção e fiscalização (atividade que exerceu com rigor e precisão) sempre bem humorado. Foi ali que fez escola com os guardas-parque mais experientes com quem trabalhou, aprendiz como poucos dos "macetes" da nobre função e da floresta que devia ser protegida. Sempre foi ativo nas inúmeras operações conjuntas e era um reforço fortificado, sempre disposto e solicitado por seus pares de outras UCs.

Merecidamente, depois de uma longa história, foi designado gestor da EE Bananal, entre 2008 e 2013. Empenhou e desempenhou funções diversas, sempre trabalhando pela conservação, razão pela qual era muito respeitado por colegas de trabalho de diferentes níveis hierárquicos, tanto no IF como na FF, por profissionais da pesquisa e da academia, além da comunidade do município que admirava o incansável servidor engajado na defesa do patrimônio natural da Estação Ecológica.

Desta forma, recebeu a honraria de ser reconhecido e condecorado com o título de “Cidadão Bananalense” pela Câmara Municipal de Bananal, em 18/03/2010.

Em razão de seu envolvimento, persuasão e sensibilidade, além de bom observador da natureza, descobriu dois anfíbios, que enriqueceram os registros da ciência e da lista de fauna da EE Bananal, sendo um deles classificado como Partelmatobios gaigeae, cujo nome popular é sapo da barriga vermelha,  mas na realidade uma redescoberta. O outro, Holoaden suarezi, homenageia o autor da descoberta. 

Veja a matéria aqui.

Foi laureado pelo Prêmio Mário Covas,  em maio de 2014, na categoria Inovação e Gestão Estadual,  por seu trabalho “Iniciativa de Gestão Participativa da Estação Ecológica de Bananal” pela  “integração social, responsabilidade ambiental e maior eficiência na proteção de UC na Serra do Mar".

Beto seguiu a trajetória e a escola da conservação ambiental, trabalhou muito, cumpriu sua missão e agora merece descansar em paz. BOM DESCANSO!



José Roberto Alves Suarez - o BETO

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Mobilização de comunidades indígenas e tradiconais contra o PL 249/2013 em Audiência Pública na ALESP, hoje 23/09

Acontece hoje, dia 23/09, Audiência Pública na ALESP sobre o  PL249/2013.
Aa comunidades indígenas e tradicionais  promovem grande mobilização na luta por seus direitos constitucionais.

Veja aqui.


quarta-feira, 22 de junho de 2016

NOTA PÚBLICA SOBRE O PL 249/2013 – CONCESSÃO DE PARQUES ESTADUAIS

No mês de junho foi aprovada na ALESP a lei que autoriza a concessão de 13 Parques Estaduais administrados pela Fundação Florestal.

Por mais que este CRF tenha buscado pouco se posicionar sobre o assunto, que era considerado irrefreável no Legislativo, após diversas manifestações, reportagens e entrevistas sobre o tema, optamos por esclarecer alguns pontos.

1) Apesar de parecer óbvia a impossibilidade de exploração florestal no interior de Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral, a lei equivoca-se ao tratar da mesma forma os dois assuntos distintos que são os serviços de ecoturismo e a exploração florestal;

2) A relação das unidades de conservação passíveis de concessão causa estranheza. Sua lista apresenta áreas que não são UCs propriamente ditas, como PESM (núcleo São Paulo) e Caminho do Mar;

3) Se é verdade que hoje a capacidade de atendimento ao visitante nas áreas protegidas do Estado é deficiente, é preciso esclarecer que trata-se de condição criada pelos sucessivos atos de sucateamento das instituições que fazem gestão das UCs pelas consecutivas ações do governo estadual. Não tem sido por falta de alerta, já que constantemente este Conselho tem enviado cartas à Diretoria Executiva da FFF, e publicado estudos/ documentos sobre o reduzido quadro de funcionários e a precariedade das condições de trabalho, que tornam nossas Ucs cada dia mais vulneráveis às ações de degradação ambiental. Para relembrarmos um aspecto desse problema, hoje (14/06/2016), a Fundação Florestal, responsável pela gestão de 94 UCs, que abrangem cerca de 18% do território paulista, possui apenas 55 guardas-parques. Pode parecer brincadeira, mas a figura desse funcionário tem um simbolismo forte, sendo destacada em todo o mundo como um importante ator na gestão de Áreas Protegidas. No entanto, no estado mais rico do país, este profissional qualificado tem sofrido constrangimentos diariamente, com retrocessos, inclusive salariais (atualmente o responsável por fiscalizar caçadores, palmiteiros, orientar visitantes etc. recebe o ínfimo salário de R$880,00- menor que o salário mínimo paulista).

4) Outro aspecto que merece destaque em relação às concessões é a visão limitada de que sua aprovação resolverá os gargalos da gestão das UCs. Se por um lado as concessões parecem significar um avanço, contrariamente tendem a ser ineficazes na medida em que veem desacompanhadas de outras ações articuladas -administrativas, técnicas e políticas. Se é verdade que precisamos adequar as condições dos serviços de ecoturismo, é também realidade o dever do Estado em assumir sua obrigação constitucional em garantir as condições adequadas para que as UCs cumpram seus objetivos ecológicos e sociais de conservação da sociobiodiversidade. De acordo com dados obtidos, no ano de 2014, as unidades de conservação PE Cantareira e PE do Jaraguá receberam 150 mil e 600 mil visitantes, respectivamente. Certamente, os maiores percentuais de visitantes controlados no Estado. Esses números são irrisórios quando estamos na maior metrópole da América Latina, com mais de 22 milhões de habitantes, que ainda recebe um grande volume de turistas nacionais e estrangeiros. Essas Ucs poderiam ser os polos difusores de informações para as demais unidades do Estado, aumentando o percentual de visitantes em alguns milhares - por exemplo, os cerca de 30 mil visitantes do PE Caverna do Diabo.

5) Frequentemente ouvem-se comparações entre parques paulistas, brasileiros em outros países, especialmente os EUA. Se, por um lado, é verdade que as concessões funcionam em outros países, por outro lado é necessário constatar que nesses exemplos o Estado cumpre e exerce sua obrigação fundamental na gestão das Áreas Protegidas, disponibilizando funcionários capacitados e condições de segurança adequadas aos seus visitantes. Além disso, se hoje existe uma cultura de visitação às áreas protegidas em diversos países, ela é resultante de um compromisso, permanente, contínuo, na construção dessa cultura.

6) Ao mesmo tempo, deve-se ter em mente que as concessões não podem ser vistas como uma estratégia de desoneração do Estado. Isso porque os benefícios e os serviços que o meio ambiente protegido oferece à sociedade são inúmeros e expressivos. Para citar um dos mais significativos: 60% da agua captada para abastecimento público no Estado de São Paulo depende, direta ou indiretamente, das áreas protegidas. Portanto, é necessário que os governantes compreendam que a administração pública está em déficit com essas áreas, na medida em que desvalorizam e esvaziam o funcionamento do Sistema.

Para isso, precisamos planejar nossas ações. Concessões isoladas associadas ao já conhecido abandono e letargia do Estado não nos parece um caminho que permita comemorar o início desse processo de mudança comportamental.

Vídeo Uc Conhece???


Você sabe o que é o Projeto UC Conhece??? 

Conheça um pouco mais nesse vídeo.

Visite as áreas protegidas paulistas!!!



quarta-feira, 8 de junho de 2016

ALESP aprova o PL 249/13

Leia Mais:http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,assembleia-aprova-projeto-que-privatiza-25-parques-de-sp,10000055809
Assine o Estadão All Digital + Impresso todos Siga @Estadao no TwitterLeia Mais:http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,assembleia-aprova-projeto-que-privatiza-25-parques-de-sp,10000055809A Assembleia Legislativa aprovou, por 63 votos a favor e 17 contra, o Projeto de Lei nº 249/13 que autoriza a concessão de Unidades de Conservação para a iniciativa privada.

Confira aqui como votou o seu deputado estadual.

Noticias na imprensa:

Assembleia aprova projeto que "privatiza" 25 Parques de SP

Assembleia aprova projeto de Alckmin para privatizar 25 Parques no estado

Veja matéria do Instituto Socioambiental, sobre as comunidades tradicionais de UCs  afetadas pela concessão
www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/privatizacao-de-parques-paulistas-e-aprovada-sem-consulta-as-comunidades-afetadas  

Considerações

Um cenário obscuro se aproxima do Sistema Ambiental Paulista e do futuro da conservação ambiental, à medida que propostas como este PL são apresentadas sem embasamento técnico e de caráter jurídico duvidoso.

Nossas instituições públicas vão sendo excluídas e alijadas do diálogo com a sociedade e os poderes constituídos, além de sucateadas pelo esgarçamento de recursos financeiros e por gestões políticas desprovidas de compromisso com a conservação e as futuras gerações.

O esvaziamento de funções básicas das instituições públicas no estado de São Paulo é uma estratégia equivocada, como no caso deste PL, comprometendo um dos maiores patrimônios da população paulista que são as nossas Unidades de Conservação.

O CRF- FF lamenta que a aprovação tenha ocorrido sem um debate público, o que poderia representar melhorias ao PL.

Ao mesmo tempo, espera que as concessões não fiquem vulneráveis aos interesses político-partidários, já que o patrimônio natural e cultural do Estado não deveria pertencer a nenhum grupo político.
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terça-feira, 7 de junho de 2016

Saiu hoje na Folha: Governo Alckmin quer conceder 25 parques à iniciativa privada

Saiu hoje na Folha: Governo Alckmin quer conceder 25 parques à iniciativa privada

O CRF entende que a concessão dos serviços associados ao uso público das Unidades de Conservação é uma necessidade evidente. No entanto, tal política dissociada de um debate público, transparente e, principalmente, da valorização e fortalecimento da instituição responsável pelas concessões, no caso a Fundação Florestal, acarretará em mais um engodo para a sociedade, como o que se observou com a criação do Sistema de Informação e Gestão de Áreas Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo – SIGAP.

Veja também no Direto da Ciência http://www.diretodaciencia.com/2016/06/07/senado-propoe-avacalhar-reserva-legal-e-sp-vota-privatizacao-de-areas-florestais/

quinta-feira, 2 de junho de 2016

PL 249/2013 volta a ser pauta na Assembleia Legislativa; o 'presente' do governador para a população

No dia 1º de junho, sem alardes, o Projeto de Lei nº 249/2013, que trata das concessões de Unidades de Conservação foi colocado na Ordem do Dia na Assembleia Legislativa, na forma de Emenda Aglutinativa Substitutiva, pela liderança de governo e o tempo de discussão foi esgotado.

O PL será votado, possivelmente, no dia 14 de junho, a partir das 16:30hs, sem nova Audiência Pública ou qualquer debate com a sociedade, como ficou previamente estabelecido pelo presidente da ALESP na oportunidade.

É importante ressaltar que a nova minuta do Projeto de Lei, apresenta fortes mudanças de redação com relação às versões anteriores - com a inclusão de novas UCs, não foi discutida e debatida de forma transparente com os servidores das instituições públicas do Sistema Ambiental Paulista e a sociedade, conforme preconiza a legislação.

Baixe aqui a minuta.

Atualização: No site da ALESP foi publicada nova minuta em 02/06/16.