Nascendo na Serra do Mar, lá na Serra do Indaiá!
A 9ª edição do UC
Conhece, ocorreu de 25 a 27 de março, contou com funcionários, familiares e
convidados a fim de visitar e conhecer o Núcleo Cunha do Parque Estadual Serra
do Mar, situado na Serra do Indaiá, com 13.300 hectares, abrangendo parte dos
municípios de Cunha e Ubatuba.
A Unidade de Conservação da Natureza protege remanescentes importantes de matas nebulares, a mais de 1000 metros de altitude, onde se encontram árvores de grande porte como a maçarandubas, canelas, cedros e araucárias – plantadas há mais de 40 anos pelo Instituto Florestal, além de palmeiras como a juçara e indaiá.
A mata de altitude
serve de abrigo e fornece alimento para diferentes espécies da fauna silvestre,
sendo algumas ameaçadas de extinção. Na mastofauna; destaque para as onças, pintada
e suçuarana, além da anta. Entre os primatas; o sagui-da-serra-escuro, o mono-
carvoeiro e o sauá. Entre as muitas aves; o gavião-de-penacho, o macuco, a
jacutinga, o pavó e a pomba pararu – esta, criticamente em perigo nas listagens
de espécies ameaçadas de extinção do IBAMA e da SMA/SP.
A peculiaridade desta
área propicia o afloramento de nascentes. Algumas vertem para a costa, no município de Ubatuba,
escorrendo pelas escarpas serranas, contribuindo na formação do rio Puruba, que
encontra a zona litorânea em praia do mesmo nome. Outras nascentes afluem para
os rios, Bonito, Ipiranga e Paraibuna - que majestoso causava espanto e impressionava os
primeiros colonizadores que ali passaram em busca do ouro, no caminho para
Minas Gerais.
Os pesquisadores do
Instituto Florestal, responsáveis pelo Laboratório de Hidrologia Florestal,
existente no interior do Núcleo Cunha, ressaltam a importância da proteção
desta porção territorial: “nas florestas tropicais, a produção hídrica nas
microbacias varia de 22% a 50% da precipitação. Em Cunha, onde a evapotranspiração
anual da Mata Atlântica é da ordem de apenas 30%, a produção de água pela
microbacia é de notáveis 70% da precipitação”. Veja aqui http://www.ambiente.sp.gov.br/blog/2015/08/06/pesquisas-comprovam-a-importancia-da-vegetacao-na-producao-de-agua-com-qualidade
Um encontro seguro com uma Jararaca (graças aos Monitores). |
"Paraibuna"
origina-se do tupi antigo Paraibuna,
que significa "rio ruim e escuro", a partir da junção dos termos pará
(grande rio), aíb (ruim), um (escuro) e
a (sufixo). Muitos ficavam
impressionados com o rio, que, com alguns quilômetros da nascente, já
tinha margens largas, fortes corredeiras e uma profundeza considerável, não
sendo possível se ver o seu fundo. Por este motivo, teriam dando-lhe o nome de Paraibuna.
O Rio Paraibuna tem
uma extensão de 114 Km, nasce no município de Cunha, em
altitude de 1.600m, próximo à nascente do rio Jacuí, no bairro do Campo Alegre,
na divisa com o estado do Rio de Janeiro, seguindo em direção ao sudoeste, para
o bairro que tem seu nome: Paraibuna. Um trecho do rio atravessa o Parque Estadual da Serra do Mar, entrando no Núcleo Cunha, e saindo pelo Núcleo Santa Virgínia, nos municípios de São Luís do Paraitinga e Natividade da Serra.
Um rio de extrema
importância, pois; quando encontra o rio Paraitinga, enche o Reservatório de
Paraibuna, sendo utilizado para auxiliar na geração de energia elétrica e
abastecimento público. A partir dali, no município de Paraibuna, forma-se o rio
Paraíba do Sul - que atravessa todo Vale do Paraíba paulista e fluminense,
recebendo contribuição de afluentes dos estados mineiro e fluminense. Sua foz
ocorre no Rio de Janeiro e sua água é captada para abastecimento público de 70%
da população do estado, mais de 9 milhões de pessoas.
O MUNICÍPIO DE CUNHA
Além de ser um
município muito importante devido sua disponibilidade hídrica, Cunha tem arte,
boa comida, dois parques estaduais, cachoeiras, grutas e, para coroar tudo
isso, um marco histórico: importante trecho da Estrada Real, antigo caminho do
ouro por onde as riquezas das Minas Gerais eram escoadas até o porto de Paraty
rumo a Portugal. A cidade consolida-se dia a dia como um importante pólo de arte cerâmica
do Brasil e da América do Sul, caracterizado pela diversidade técnica e
estética de sua produção. Veja http://www.cunha.sp.gov.br/municipio-de-cunha/
Nosso grupo teve a oportunidade de realizar três trilhas, somando mais 23,7km para o nosso medidor de quilômetros percorridos em todas as edições do UC Conhece:
Trilha do Rio Bonito: 7,6km de extensão, nível alto.
Trilha das Cachoeiras: 14,4km de extensão, nível médio.
Trilha do Rio Paraibuna: 1,7km de extensão, nível baixo.
As trilhas foram também acompanhadas por cerca de outros 20 visitantes em cada um dos dias. Deve-se destacar a importância desta atividade no processo de sensibilização da sociedade para a conservação dos recursos naturais. É cada vez mais necessário que estejamos atentos aos aspectos da visitação crescente das UCs, nosso público necessita ser bem recebido, assim como ocorre no Núcleo Cunha, pelos exemplares monitores ambientais e dedicados funcionários que trabalham naquele território, sendo igualmente importante que consigam sensibilizar a população, especialmente local e regional, sobre a importância e singularidade do patrimônio natural existente nessas áreas protegidas.
O Núcleo Cunha contabilizou 10.622 visitantes em 2014 e 13.273 no ano de 2015, um crescimento considerável de quase 25%, que demonstra a necessidade urgente de investir em capital humano para um atendimento cada vez mais eficaz da sociedade.
Veja as fotos desse UC Conhece clicando AQUI!
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demais contribuições!
UC
CONHECE, UC CUIDA!
Até
a próxima viagem...
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