No dia 09 de julho, data em
que se comemora o “Dia do Soldado Constitucionalista”, ou a Revolução dos
Paulistas, os funcionários da Fundação Florestal e seus familiares visitaram,
na 6° saída do Programa “UC Conhece”, a Estação Ecológica de Bananal,
localizada no município de mesmo nome, na divisa com o estado do Rio de Janeiro, no sopé da Serra da Bocaina.
A categoria Estação
Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de
pesquisas científicas. Apresenta no mínimo 90% da área destinada à preservação
integral da biota e é de posse e domínio públicos. É, portanto, uma das
categorias mais restritivas, do ponto de visto do uso direto de seus recursos.
Com área de 884 ha, a EE
Bananal encontra-se em altitude que varia de 1.100 m a 1.918 m , em um
conjunto irregular de topos, vertentes e calhas hidrográficas, o que propicia a
existência de inúmeros e variados ambientes geográficos.
As principais características
climáticas observadas são de pluviosidade elevada principalmente na
primavera-verão e grande amplitude térmica ao longo dos meses e ao longo do
dia.
Apesar da previsão do tempo
prometer chuvas no feriado, tivemos dias lindos de sol. À noite, frio! Chegamos
a pegar 7° C na noite do dia 10!
As paisagens no entorno da EE Bananal, ao fundo a Serra da Mantiqueira |
Com suas nascentes na EE de
Bananal, o córrego das Cobras e córrego do Barbosa, pouco profundos e volumosos,
são contribuintes do rio do Braço, afluente do rio Piraí, desaguando no rio
Paraíba do Sul - na porção territorial fluminense e abastecendo boa parte da
população daquele estado. O rio do Braço define a divisa entre os estados de
São Paulo e Rio de Janeiro por vários quilômetros.
A unidade abriga remanescentes
importantes de Mata Atlântica, predominantemente composta por Floresta
Ombrófila Densa Montana e Alto-montana- uma floresta nebular. Em torno de 75% de sua área total encontra-se
preservada na forma de floresta madura, estando o restante com algum nível de
alteração. Os estudos históricos fazem menção à floresta de araucária na região
e populações naturais ainda podem ser detectadas no Parque Nacional da Serra da
Bocaina, sendo atualmente muito raras no 'Sertão da Bocaina', onde se encontra
a EE Bananal. É possível que as araucárias ali presentes tenham sido
introduzidas no início da década de 1960, à época em área de lavoura e pastagem
abandonada.
A fauna inclui muitas espécies
endêmicas e ameaçadas de extinção, como o sagüi-da-serra-escuro Callithrix aurita, o bugio Alouatta fusca, a onça parda Puma concolor e o cachorro-do-mato Cerdocyon thous, entre os mais de 50 mamíferos, Quanto a avifauna,
foram avistadas 306 espécies de aves na unidade e região
circunvizinha, como o gavião-pega-macaco Spizaetus
tyrannus, o gavião-pomba Leocoptrnis
polionota, o jacu Penelope obscura,
inhambu-açu Crypturellus obsoletus,
entre outros.
O uso da terra predominante no
entorno da EE Bananal é caracterizado pela presença de vegetação natural (71,92
%). Secundariamente, ocorrem pastagens e/ou campos antrópicos (20,41 %) e
reflorestamentos de pinus e eucaliptos (6,71 %). Os remanescentes de vegetação
nativa formam um importante corredor ecológico com o Parque Nacional da Serra
da Bocaina e o Parque Estadual Cunhambebe, localizados nos estados de São Paulo
e Rio de Janeiro. Todavia, a área de abrangência da EE Bananal está sujeita à
extração ilegal de recursos florestais, exploração madeireira, transformação da
paisagem natural em pastagens e turismo desordenado.
O plano de Manejo da EE
Bananal, ainda não concluído por motivos administrativos, traçou a zona de
amortecimento e dois corredores ecológicos ligando a EE Bananal aos parques
Bocaina e Cunhambebe! É imprescindível que a FF retome e conclua o Plano de
Manejo para fortalecer a gestão, os instrumentos de proteção dessa unidade e
seu entorno.
Uma das estradas que fazem
limite com a estação é a histórica Trilha do Ouro, construída e calçada com
rochas por escravos para permitir o escoamento da produção, entre as minas do
interior e do litoral. Por essa trilha passou em carretões de tração animal, e em
lombo de mulas, o ouro que era retirado das Minas Gerais para ser enviado à
Portugal pelo porto do Rio de Janeiro, em Angra dos Reis. Oficialmente, a
Estrada Real que levava até o porto de Parati, era o caminho que deveria ser
percorrido para pagar ar os impostos para Coroa Portuguesa.
Integrantes do “UC Conhece” percorreram a trilha do Ouro, adjacente à EE Bananal |
Visitamos a trilha da
Cachoeira do Rio das Cobras, acessível a
partir da sede da EE Bananal, num percurso fácil, de 300 metros, onde contemplamos dois saltos da Cachoeira
Sete Quedas (6 º e 7º no interior da UC), belos cenários a região.
Não podemos deixar de
mencionar a atuação regional da entidade integrante do Conselho gestor da UC, AMPSA. A
Associação de Moradores e Proprietários do Sertão do Ariró - Bananal/SP é uma
organização de caráter comunitário, sem fins lucrativos, cuja missão é garantir
a preservação do meio ambiente, promover o estímulo ao desenvolvimento
progressivo e defender os interesses de sustentabilidade (econômicos,
políticos, sociais, e culturais) de seus moradores, amigos, proprietários e
associados.
Cachoeiras das Sete Quedas, no rio do Braço |
Entre os feitos da Associação, encontramos a construção de uma (01)
lixeira comunitária no km 15 da SP - 247, estrada que dá acesso à EEB. Outra
ação positiva foi à construção de um posto de informações turísticas localizado
na entrada da primeira queda da cachoeira Sete Quedas. O posto é ocupado por um
funcionário contratado que, além de fornecer informações, orienta os visitantes
a adequarem a sua postura de visitação às regras de uso local.
Outra entidade integrante do
conselho gestor e com importante atuação é a AMOVALE, Associação de Moradores e
Amigos do Vale da Bocaina – Bananal/SP, que atua no entorno da EEB, sem fins
lucrativos que tem como meta a preservação dos ecossistemas do Vale da Bocaina.
Entre algumas de suas ações podemos destacar a construção de mais uma (01)
lixeira comunitária no KM 08 da SP – 247, o isolamento e restauração florestal de
nascentes d’água no KM 10 e o empréstimo de uma exposição de réplicas de
pássaros da avifauna nativa da região para a realização de trabalhos de
Educação Ambiental na sede da EEB.
O UC Conhece também se rendeu
à beleza e à história da cidade de Bananal e foi conferir alguns dos atrativos
do roteiro turístico Caminhos
da Corte.
Replicas de aves em exposição na EEB |
No estabelecimento Sabor
Tropical, pertencente ao empreendedor Bananalense Renato e a turismóloga Joice,
descobrimos que o nome Bananal é derivado da palavra banani da língua indígena
Je, praticada pela tribo dos Puris que habitava a região da Bocaina, e quer
dizer rio cheio de curvas. Não tem haver, portanto, com a fruta banana, cuja
origem é africana. O interior do estabelecimento é decorado com fotos antigas
do que foi Bananal nos tempos passados.
Documento cedido pela turismóloga, senhora Joice. |
O município nasceu da povoação
fundada por João Barbosa de Camargo e sua mulher Maria Ribeiro de Jesus, que aí
ergueram uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus do Livramento, em sesmaria
que lhes foi doada em 1783.
O povoado
foi elevado a vila,
em 1832,
e à município, em 1849,
sendo comarca
desde 1858.
Estação Ferroviária de Bananal: inaugurada em 24 de dezembro de 1888. |
No passado, Bananal era a
principal via de escoamento das Minas Gerais para o porto de Parati (RJ).
Durante o ciclo cafeeiro, Bananal experimentou o esplendor de ser uma das
cidades mais ricas do Brasil. O onde seus fazendeiros avalizavam empréstimos da
Inglaterra para o Governo Federal Brasileiro. Com a decadência do café, as
fazendas passaram para a pecuária leiteira. Dos tempos anteriores ficaram
muitos e valiosos monumentos, alguns dos quais visitados por nós:
Solar Manoel de Aguiar Valim à direita e prédio do fórum à esquerda |
- Solar Manoel de Aguiar Valim, antigo solar do Barão Manoel de Aguiar Valim, um dos mais próspero cafeicultor do Vale do Paraíba no século XIX. Localizado na Praça Rubião Júnior, no centro da cidade, foi construído entre 1854 e 1860. Em 1909 foi entregue pela família ao Estado. Tombado pelo CONDEPHAAT em 1972 e doado ao Município, passando a ser sede da Prefeitura até meados da década de 80. Nos anos seguintes foi abandonado pelo governo municipal, o que acarretou a sua deterioração. Desde 2006 é sede da ABATUR - Associação Bananalense de Turismo, que tenta, aos poucos, restaurá-lo. Suas características são neoclássicas, suas portas principais são em arco pleno e a escada principal tem lances simétricos. Com um magnífico hall e murais feitos pelo artista catalão José Maria Villaronga, dos quais ainda restam vestígios. No salão de baile, que possuía um coreto para a orquestra, o Barão Manoel de Aguiar Vallim realizava festas e recebia altos dignitários do Império, entre outros, o Gastão de Orléans, Conde d'Eu;
Fachada da Fazenda Resgate, antiga propriedade do Comendador Manoel de Aguiar Valim |
- Fazenda Resgate: é uma propriedade particular tombada pelo IPHAN e mantida por seu proprietário. Trata-se de uma construção histórica representativa do período em que o Brasil destacou-se como o maior produtor mundial de café e encontra-se em perfeito estado de conservação, fruto de trabalho e manutenção constantes. A visitação é permitida para fins turísticos e culturais através de agendamento prévio. Uc Conhece foi conferir!!!
- Fazenda Boa Vista: Hoje abriga o Hotel Fazenda Boa Vista. O Casarão da fazenda que hoje se faz presente na infraestrutura do Hotel Fazenda Boa Vista como uma das partes principais, foi construído em meados de 1780. Nessa época a fazenda era uma importante produtora de Anil. Por volta de 1840, já sob administração do herdeiro Luciano José de Almeida, o café começou a ser o produto principal produzido nessas terras. Possuindo nessa ocasião três mil e novecentos alqueires geométricos, era necessária a mão de obra de mais de mil escravos. Atualmente a área da fazenda está sendo utilizada no ramo turístico e hoteleiro. O Hotel Fazenda Boa Vista, vem a tempos, servindo de cenário para filmagens de novelas, mini séries, e diversos casos especiais, como Casarão, sinhá Moça, Dona Beija, entre outros.
Selfie do grupo na Fazenda Boa Vista |
O grupo do UC Conhece desfilou na cidade de Bananal no dia da
comemoração pelos 183 anos de emancipação político-administrativa do município.
Acompanhamos a escola Zenóbia de Paula Ferreira que carregava a faixa “Quem conhece valoriza: visite a estação
ecológica de Bananal” em alusão à UC. As crianças exibiram desenhos em
branco e preto dos animais ameaçados de extinção, doaram mudas e distribuíram
livrinhos de educação ambiental para crianças. Os funcionários acompanharam os
estudantes vestindo nosso colete amarelo para divulgar nossa campanha –“Pela
valorização dos funcionários da FF e pela campanha salarial!”.
Sobre a participação dos funcionários no desfile da cidade de Bananal, o
morador, senhor Eduardo Nogueira pronunciou: No aniversário de nossa cidade a participação de vocês foi fundamental
para chamar a atenção da importância da EE Bananal, onde no entorno nascem
alguns afluentes do rio Bananal, que abastece nossa cidade. Mencionou que
quando foi à EE Bananal sentiu a
interação do homem com a natureza e seu equilíbrio.
Fonte: Wikipedia
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Adoramos a matéria, poder contribuir com a nossa cidade mantendo a sua história viva é uma satisfação para nós, agradecemos a atenção especial com nossas informações, grande abraço! Joice e Renato.
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