O CRF comemora a atual Semana do Meio
Ambiente prestando uma homenagem ao ser humano, tão importante na conservação da natureza de nossas Unidades de Conservação, mas pouco reconhecido e
desvalorizado por nossa instituição.
O presente homenageado, cuja atuação profissional
e saberes sobrepujam muitos diplomas e diplomados, foi durante
muito tempo um funcionário dedicado e amante da natureza. Infelizmente, apesar de toda a determinação e afinco na execução cotidiana de seu trabalho, "Seo Júlio" faleceu e, assim como outros que passaram pela instituição, não pode ver implantada uma política real de valorização e reconhecimento daqueles que permitem, através de seu suor e doação diárias, o funcionamento da Fundação Florestal: seus funcionários. Que os presentes na instituição possam, em nome próprio, bem como daqueles que passaram por nossa casa, mudar este quadro, vendo a implantação de algumas medidas básicas, mas estruturantes - como um Plano
de Cargos e Salários, um Piso Salarial decente e a contratação de novos funcionários por concurso público -, serem concretizadas.
Obrigado Júlio Teixeira – O pássaro alçou vôo para o céu e o livro
fechou sua página
Nascido em 26 de setembro de 1931,
com 81 primaveras e muitas flores cultivadas ao longo de sua nobre vida, faleceu,
em 26 de outubro de 2013, o senhor Júlio
Teixeira, mais conhecido por "Seo Júlio". Verdadeiro livro aberto, "Seo Júlio" foi funcionário da
Fundação Florestal e do viveiro de mudas do Instituto Florestal, situado no
Horto Florestal, zona norte da capital paulista.
Desde 1949 trabalhando no setor florestal,
por suas mãos foram semeados e plantados jacarandás, juçaras, ipês, jequitibás,
canelas, jatobás e tantas outras espécies que foram povoando a capital
metropolitana e cidades interioranas - no
que ainda resta de sertão e rincões por esse estado de São Paulo adentro.
Por suas mãos, alguns de nós tomaram
um chazinho para melhorar a saúde e promover a cura da doença, pois ele detinha
sabedoria na identificação, cultivo, preparação e utilização adequada das plantas
e ervas medicinais. E é nestes chás que encontramos de
forma mais singela e pura seu conhecimento tradicional, trazido na memória viva
como herança da cultura caipira herdada de seus antepassados.
O pequeno “Grande Homem”,
“mateiro e matuto”, foi um livro aberto que transpirava vida e conhecimento,
através das palavras e ensinamentos, que ajudou na formação prática, mas também
teórica, de técnicos, biólogos, engenheiros florestais, agrônomos e tantos
outros profissionais que trabalham ou atuam na área ambiental.
Um dia disse que aprendeu
muito com os engenheiros, mas as plantas e a terra lhe diziam mais.
Seu falecimento, durante a primavera, foi uma perda irreparável para sua família, para os funcionários
do Instituto e da Fundação Florestal, mas, principalmente, para toda a sociedade, que hoje tanto carece de exemplos como esses, que aspiram e possibilitam o bom casamento entre a natureza e a sociedade humana.
Sem dúvida, este personagem que
fez história merece da sociedade uma infinita e sonora salva de palmas,
acompanhada de um coral de muitas aves, que são, sem dúvida, gratas por todas as
árvores que o pequeno “Grande Homem” plantou no chão do planeta terra.
"Seo" Júlio, o pássaro, alçou vôo
para o céu e o livro ...
Parabéns a quem teve a iniciativa de homenagear o "seo" Júlio.
ResponderExcluirQuem o conheceu sabe o quão sábio e humano era esse pequeno "Grande Homem", que agora, como disse sua neta, deve estar fazendo Jardins no Céu!