Blog destinado à comunicação entre CRF e funcionários da Fundação Florestal

Blog destinado a manter um canal de diálogo entre funcionários, sociedade e o CRF

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Resultado da pesquisa “O seu futuro na Fundação Florestal” é preocupante

Desde o dia 13 de agosto de 2015 está no ar uma pesquisa online sobre o futuro profissional na Fundação Florestal, realizada pelo CRF. Especificamente, a pesquisa busca traçar um panorama sobre quantos funcionários da FF pretendem prestar outros concursos de órgãos ambientais, esvaziando ainda mais a Fundação e possibilitando a migração para instituições federais e outras que venham oferecer condições mais dignas de trabalho. A pesquisa foi lançada no post Extra, extra... concurso à vista!!!

De acordo com os resultados, TODOS os participantes (22) afirmaram que sairiam da Fundação Florestal caso aprovados em outros concursos.

Desse total, 90% trabalha há menos de 5 anos na instituição e a maioria pretende participar dos concursos do IBAMA, ICMBio e MMA, previstos para 2016.

Alguns participantes da pesquisa, porém, demonstraram interesse em continuar na FF, sendo necessário, para isso, que as condições de trabalho melhorem.

O resultado da pesquisa reforça aquilo que o CRF vem procurando demonstrar, reiteradamente e através de informações claras, aos interessados em criar e fortalecer um Sistema de Gestão de Áreas Protegidas Paulistas: a conservação ambiental passa, necessariamente, pela valorização profissional e construção de uma instituição sólida.

Esperamos que a Direção da FF, a Secretaria do Meio Ambiente estadual e o Governo do Estado estejam atentos a essa situação e mobilizem esforços para mudar este quadro nada animador.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Conversas sobre o PL 249/13 aconteceram no litoral norte

Manifestações no município de Ubatuba
Aconteceram, durante essa semana, duas Rodadas de Conversa no litoral norte de São Paulo, especificamente em Ilhabela e Ubatuba, sobre o Projeto de Lei nº 249/2013, que concede áreas de unidades de conservação para a iniciativa privada.

O CRF recebeu informações de que as reuniões envolveram debates intensos sobre o tema, especialmente porque nesses municípios as Unidades de Conservação possuem grande importância para o turismo (veja texto publicado no site InforMar Ubatuba).

Essas discussões, que deveriam ser estimuladas nas instituições que fazem parte do Sistema Ambiental Paulista, como a Fundação Florestal, além de outras localidades, são momentos muito importantes para que o governo estadual esclareça qual projeto possui para as unidades de conservação paulistas. Projeto esse que, frise-se, está muito além das concessões.

Isso porque, aprovar a concessão de serviços relacionados ao uso público (como se veiculou nas rodadas de conversa, mas que não é o que se encontra no projeto de lei) não resolverá os problemas estruturais enfrentados pelo importante patrimônio ambiental paulista que é protegido pelas UC.


O CRF tem alertado os dirigentes sobre essas questões, apontando possíveis soluções, com destaque para a valorização dos funcionários.

Apenas para citarmos um exemplo, a remuneração inicial de um guarda-parque da Fundação Florestal, hoje, é de apenas R$ 788,00 - valor menor que o Piso Salarial Regional do Estado de São  Paulo, que é hoje de R$905,00 (criado por Lei 12.640/2007).

Em todo mundo essa função possui grande importância nos Sistemas de Áreas Protegidas. No entanto, em SP, a Fundação Florestal possui pouco mais de 50 funcionários atuando nessa função (apesar das UC cobrirem cerca de 18% do território do Estado).

Nesse sentido, a realização de concurso público é premente. Mas, para isso, é preciso que, antecipadamente e com planejamento, inicie-se a valorização desta e de outras carreiras existentes na FF - através de um piso salarial menos defasado e de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários.

O CRF parabeniza os participantes das Rodadas de Conversa que demonstraram sua preocupação com esses importantes territórios e se coloca à disposição para contribuir com o debate.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Concurso de 2010 - a esperança de um futuro... #sqn

Concurso Fundação Florestal - 2010... a esperança de um futuro promissor trabalhando junto a um dos mais (se não o mais) importantes Sistema de Áreas Protegidas do país!!!

Infelizmente não foi bem assim. De acordo com informações obtidas pelo CRF, das 117 vagas ofertadas, 33,33% estão ociosas. Pior: dessas 39 vagas, 28 nem sequer foram preenchidas, sendo que as outras 11 foram perdidas por desistência dos funcionários (veja quadro ao lado). Como explicar esse fenômeno?

Um dos problemas reside no baixo piso salarial da Fundação Florestal. Em qualquer instituição, um salário inicial baixo gera descontentamento e desmotivação dos funcionários, ao longo do tempo. E na Fundação isso só se agrava, dado que o piso é risório. O resultado, perverso para a instituição e para a conservação ambiental, é a saída dos funcionários, gerando alta rotatividade e até a perda das vagas. Foram diversos os casos, entre técnicos e analistas, que desistiram da vaga após serem aprovados em outro concurso.

Outro problema relacionado ao piso salarial baixo é o círculo vicioso que esse fato gera. Imagine se tivermos a perspectiva de realização de novos concursos - algo extremamente necessário - com esses salários? Não seria mais adequado e coerente resolver a situação atual do quadro de funcionários, valorizando-o e o adequando às características do mercado e de outras instituições públicas? Realizar novo concurso, sem ajustar o piso salarial, só irá repetir e agravar o problema, gerando mais esvaziamento e decepções com a instituição.

Se você tiver algum material que pode contribuir com esse debate, por favor, encaminhe para crf.florestal@gmail.com

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Extra, extra... concurso à vista!!!

Extra, extra...


Como tem sido circulado entre os funcionários, está prevista para o próximo ano a realização de concursos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) e o para o Ministério do Meio Ambiente (MMA). As instituições encaminharam pedidos de concursos ao Ministério do Planejamento, totalizando 1.222 vagas em cargos dos níveis médio e superior. De acordo com as informações, as remunerações iniciais chegam a R$7.675,45.

Segundo o blog "euvoupassar", o Ibama solicitou 680 vagas, sendo 500 para analista ambiental e 180 para analista administrativo, funções que exigem nível superior. Já o ICMBio pediu 422 vagas, sendo 312 para a primeira função, 40 para a segunda, além de outras 90 para técnico administrativo, que requer o nível médio. O MMA também pretender abrir 100 vagas na função que exige o ensino médio. Para a vaga de técnico, o vencimento inicial é de R$3.627,72. Já para os analistas, os rendimentos iniciais são de R$7.675,45. Ambos somados o auxílio-alimentação de R$373.

O que acham da proposta? Diferente das condições atuais da Fundação Florestal? Esse é um dos motivos que fazem o CRF ressaltar, constantemente, a necessidade de valorização dos servidores. Somente dessa forma será possível manter e fortalecer uma rede de conhecimentos sobre as UC paulistas. Sem isso, a instituição corre sério risco de perder um número ainda maior de profissionais que escolheram (ou podem no futuro escolher) atuar no Sistema Ambiental Paulista. Se a Fundação Florestal não repensar a forma de valorizar seus funcionários, quantos funcionários perderemos para as instituições federais e outras que vierem a oferecer condições mais dignas de trabalho?

Contribua com a pesquisa para sabermos quantos funcionários poderão deixar a FF no próximo ano.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sindicância sobre CRF é instaurada novamente - #SOMOSTODOSCRF

A Fundação Florestal instaurou, novamente, no dia 06 de julho de 2015, sindicância punitiva para apurar a legalidade do CRF, ou, como coloca a portaria, "Instauração de Sindicância Punitiva em face dos funcionários que agem em nome de um conselho de Representantes de Funcionários da Fundação Florestal" (veja aqui a Portaria).

Os primeiros depoimentos estão previstos para a próxima sexta-feira, dia 14/08/2015, às 15h.

Por estarmos convictos de que a atuação do CRF não é apenas legal, histórica e legítima, mas também necessária para a construção de uma instituição sólida e comprometida com a conservação ambiental do estado de São Paulo, o CRF espera que dessa vez a sindicância seja justa, democrática e reconheça os erros da antiga gestão, que se posicionou contrária à existência do Conselho.

Sensibilizados com a situação, os funcionários, conselheiros, parceiros, dentre outros, iniciaram a campanha #SOMOSTODOSCRF. Veja algumas das fotos abaixo. Lembrando que, para participar, basta tirar uma foto semelhante e enviar para crf.florestal@gmail.com.





terça-feira, 11 de agosto de 2015

Por que vestimos coletes?

O que é, o que é, um pontinho verde andando pelo Horto Florestal? Se você já viu essa cena, certamente deve ter se perguntado: por que será que esse pessoal está usando um colete verde fluorescente?

Não, não, o colete não é um adereço ou vestimenta para andar de bicicleta durante à noite. Ele é, na verdade, uma das estratégias adotadas pelos funcionários da Fundação Florestal para mostrar que estamos em Campanha Salarial.

Campanha salarial que passa pelas questões financeiras, sim, mas vai muito além! Defendemos a valorização e o respeito aos funcionários da Fundação Florestal porque, dia após dia, doamos grande parte de nossas vidas para construir e fortalecer do Sistema de Gestão de Áreas Protegidas do Estado de São Paulo, que ficou completamente abandonado nos últimos anos. E se é verdade que não temos todas as respostas para alcançar um Sistema de Áreas Protegidas eficaz, uma coisa é certa: não há sistema ou instituição séria que se sustente sem pessoas comprometidas, valorizadas e capacitadas.

Por isso, se você, funcionário da Fundação Florestal, ou simpatizante, concorda e quer participar dessa Campanha, está convidado a adquirir seu colete.

Porém, não basta adquirir! É preciso usar, explicar, falar sobre o assunto!!! Somente dessa forma poderemos conquistar algum avanço!!!

O colete custa R$ 10,00 (preço de custo) e pode ser encomendado pelo e-mail crf.florestal@gmail.com.

Participe e ajude a construir uma instituição forte e reconhecida! Só assim garantiremos a sobrevivência e a real implementação das Unidades de Conservação paulistas.




sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O almoço nosso de cada dia...que dificuldade!

Pesquisa realizada em março de 2015, divulgada e encomendada pela ASSERT- Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador -, demonstrou que o preço médio da refeição diária é de R$ 27,76. Esse valor corresponde ao almoço praticado por estabelecimentos comerciais na região sudeste, incluindo informações do interior, litoral, capital e região metropolitana de São Paulo.

A Fundação Florestal, por sua vez, paga o valor de, apenas, R$ 14,30/dia (ou R$314,60/mês) para alimentação de seus funcionários, que denota a grande defasagem do benefício que recebemos!

Considerando esses dados, o CRF apurou que, mensalmente, os funcionários da FF  precisam arcar com R$ 296,12 do seu próprio salário para se alimentar durante sua jornada laboral...

Para alguns poucos casos, esse valor pode não significar muito. Porém, para a maioria, esse valor é significativo. Por exemplo, para os cerca de 43 funcionários, entre técnicos, agentes e guardas-parque concursados, que receberam um salário inferior à R$ 900,00 em junho de 2015, esse valor corresponde a cerca de 1/3 dos seus salários - vide dados do Portal da Transparência de SP!!! É isso mesmo: 1/3 do salário mensal para se alimentar!!! Um absurdo, não???

É por esse motivo que o Sintaema, com o apoio do CRF, solicitou na Pauta da Campanha Salarial 2015 o valor de R$ 37,00 (trinta e sete reais) para o vale-refeição. Contudo, em que pese a preocupação demonstrada pelo Diretor Executivo com o valor irrisório do vale, e de sua tentativa em aumentar o atual valor, a resposta foi desanimadora. Vemos, assim, a atenção e prioridade dadas à saúde, bem estar e qualidade de vida dos trabalhadores da Fundação Florestal pelo Governo do Estado.

Confira na tabela abaixo a defasagem:

Valor da Pesquisa
Valor Pago pela FF
Diferença
R$ 27,76 /dia
R$ 14,30 / dia
R$ 13,46 / dia
R$ 610,72 / mês
R$ 314,60 / mês
R$ 296,12 / mês

Veja link da pesquisa abaixo.

https://drive.google.com/file/d/0B_qsXZIGo8u_OGlPS1ZXNWtxUEU/view

VII UC Conhece??? – Os desafios das UC em áreas metropolitanas de São Paulo

No último domingo, dia 2 de agosto, os funcionários da Fundação Florestal e seus familiares visitaram mais uma Unidade de Conservação, na 7° edição do Programa “UC Conhece”. Agora foi a vez da APA Parque e Fazenda do Carmo, no bairro de Itaquera, Zona Leste do município de São Paulo, na bacia do rio Aricanduva. Esta APA encontra-se sobreposta ao Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (PNMFC), ao Parque do Carmo e ao SESC Itaquera, além de loteamentos, totalizando 867,60 ha. O roteiro incluiu uma trilha no PNMFC, reconhecimento dos limites da APA (de carro) e visita ao Parque do Carmo, onde estava sendo realizada a 37° Festa das Cerejeiras (confira aqui as fotos da saída).

Histórico da área

Antes de iniciarmos a caminhada, o gestor da APA, Gustavo Feliciano Alexandre, fez um breve relato sobre o histórico de criação das unidades. Gustavo é o único funcionário dedicado exclusivamente para realizar a gestão da UC e de acordo com informações obtidas pelo CRF conta com apenas R$ 900,00 para o Plano de Orçamento Anual (2015) para realizar a gestão da UC.

A área onde está localizada a APA fazia parte da Fazenda Caguaçu, constituída e mantida por padres da Província Carmelitana Fluminense entre 1722-1919. No início do século passado, a fazenda foi desmembrada em várias glebas e em uma delas criou-se a Fazenda Nossa Senhora do Carmo. 

Nos anos 50, a fazenda foi adquirida pelo Engenheiro Oscar Americano, que a transformou em espaço de lazer, realizou inúmeras melhorias, plantou eucaliptos, e criou ao lado um loteamento urbano, hoje o Jardim Nossa Senhora do Carmo. Após o falecimento de Oscar Americano, em 1974, a prefeitura de São Paulo comprou a fazenda dos herdeiros, e criou o "Parque do Carmo", inaugurado em 1976.

Nos anos 80, a COHAB adquiriu uma grande quantidade de terras na Fazenda do Carmo e cedeu um terreno de 151.460.00 m² para a implantação de um aterro sanitário para a prefeitura de São Paulo. Devido aos impactos trazidos com a operação do aterro, principalmente quanto ao forte odor proveniente dos gases gerados pelo aterro e pela “piscina” de chorume, diversos movimentos sociais da Zona Leste se uniram pela desativação do aterro, culminando em um acampamento que durou 17 dias e 17 noites impedindo a entrada de caminhões de lixo.

Em 1987, em virtude de toda a movimentação da população da região pela preservação da área, um parlamentar elaborou Projeto de Lei para criação da APA. O projeto tramitou por dois anos na Assembleia Legislativa, entre apresentação, aprovação, veto do governador e derrubada do veto do governador pelos parlamentares.

Em 1989, a APA do Carmo foi criada por meio da Lei nº 6.409/89 e em 1993 foi editado o Decreto nº 37.678/93 que a regulamentou.

Em 2003, depois de um intenso trabalho do Conselho Gestor da APA, a prefeitura transformou a Zona de Vida Silvestre da APA em uma UC de Proteção Integral, o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (Decreto Municipal nº 43.329/03), ampliado em 2008 (Decreto nº 50.201/08) e que hoje conta com quase 500 ha de área protegida dentro da área urbana na zona leste do município de São Paulo.

A estrada de acesso

Após o histórico de criação da APA e dos parques, os participantes do UC Conhece??? percorreram a Estrada da Fazenda do Carmo em direção à entrada da trilha do PNMFC, guiados por Domingos Leôncio Pereira, educador ambiental da Prefeitura e Eduardo Dallastella, responsável pelo manejo do parque. Tendo em vista a violência na região bem como a ausência, até o momento, de estrutura para visitação, foi necessário o acompanhamento de seguranças terceirizados. 


A primeira parada do grupo ocorreu em frente a antiga Usina de Compostagem, um próprio da Secretaria de Serviços, que é atualmente ocupada por uma cooperativa de catadores e reciclagem (COOPERLESTE). Antigamente a área era utilizada como usina de compostagem, mas devido aos transtornos que causava à região, como poluição do solo e mau cheiro, ela foi desativada. O projeto de transformar o local em uma Usina de Ideias, em parceria com o SESC Itaquera, foi abandonado com as mudanças de governo. Hoje grande parte é ocupada como deposito de veículos quebrados e caçambas irregulares apreendidas. Apenas um pequeno espaço é utilizado atualmente por um grupo de catadores, pessoas simples que dependem desse trabalho para seu “ganha pão”. Uma destinação mais nobre para esse terreno seria a ampliação da cooperativa de catadores, com espaços para capacitação e ampliação das oportunidades de geração de renda para a população de entorno.
Essa mesma Estrada da Fazenda do Carmo dá acesso ao SESC Itaquera e é percorrida por famílias com crianças a pé. Apesar disso, carros e motos andam em alta velocidade causando acidentes. Os participantes concluíram que essa rua deveria ter acesso controlado, com instalações de lombadas, ciclofaixas e passar por um processo de revitalização (essa é, inclusive, uma reivindicação do Conselho Gestor da APA junto à Subprefeitura de Itaquera). 

Os usos religiosos e impactos

Na região também foram observadas várias oferendas de rituais religiosos com aves mortas, potes de cerâmicas e outros petrechos largados pelo chão. O uso de áreas naturais urbanas para realização de cultos religiosos é um dos desafios para a gestão. Mas não foi só isso, até restos de peixe de feira são descartados na calçada mostrando o descaso de certa parcela da população e também do poder público para com a região.

Outro exemplo de uso religioso foi observado na trilha do Parque Natural, onde foi encontrada uma área de clareira, em meio à eucaliptos. Depois de várias tentativas para descobrir o que teria causado aquela falha no sub-bosque, Domingos nos contou que a área era muito utilizada por grupos religiosos para cultos. Cerca de 300 a 400 pessoas cantavam, pisoteavam e compactavam o solo de tal maneira que a regeneração natural do sub-bosque foi impedida. E o mais interessante foi a maneira que descobriram o porquê. Com o aparecimento de vários casos de raiva em mulheres, os médicos identificaram que estas contraíram a doença na mata, pois eram mordidas por morcegos hematófagos durante os cultos.

A importância da floresta na área urbana

Quando o grupo adentrou a mata, a diferença de temperatura e sombra foram percebidas imediatamente. Entre as explicações realizadas por Domingos estava o efeito de borda com a presença das lianas em grande abundancia no trecho. Domingos explicou que existe um projeto de recuperação das bordas, com retirada gradual das exóticas e substituição por espécies nativas. O funcionário comentou da necessidade de se explicar para a população que parte da vegetação (as lianas) deve ser retirada para permitir a regeneração natural da mata. É necessário que a população entenda que não se trata de desmatamento, mas manejo. Durante o percurso também encontramos ações para contenção de desbarrancamento e manutenção de nascentes, exemplos de ações de manejo necessárias à manutenção do parque.
Domingos contou também que ainda existem várias espécies animais na região como a preguiça, veado, tatu, gambá, anfíbios, serpentes, fora as aves. Para assegurar a manutenção dessas espécies é preciso que exista fluxo gênico. Sem corredores ecológicos ou translocações, esses animais não tem como persistir na região ao longo do tempo.
Passivos da UC

Outro problema mostrado foi a presença de dutos da Petrobras (que, aliás, cortam várias das nossas UC). Além do recurso pago como compensação ambiental, não existem ações eficazes, como apoio para apagar incêndios ou reconstituição do gradil, na conservação dos atributos ambientais da área. Esse fato demonstra a necessidade de se repensar a responsabilidade dos agentes causadores de poluição e degradação, que não asseguram a adequada conservação das áreas protegidas.
Os participantes visitaram também a área do antigo aterro sanitário que hoje se encontra em recuperação. As mudas foram plantadas, mas a falta de manutenção faz com que muitas mudas morram ou demorem a crescer. De acordo com os funcionários a área será doada, parte para o PNMFC, parte para o Parque do Carmo. Contudo, os participantes avaliaram que seria necessário que a empresa responsável pelo aterro sanitário realizasse a recuperação da área e somente após sua restauração, efetivasse a doação. Afinal, obrigações do degradador não deveriam se restringir apenas ao plantio de mudas ou ao pagamento da compensação ambiental. Essas constatações evidenciam que o Sistema Ambiental deveria rever as formas de compensação e mitigação, tornando-as mais eficazes, priorizando a restauração das funções dos ecossistemas.
A APA do Carmo

Após a visita ao PNMFC, foi a vez de dar um passeio pelos limites da APA.

O primeiro trecho foi a Av. Aricanduva, onde foi possível observar um dos trechos mais preservados de Mata Atlântica da APA. Também observaram-se alguns pontos de conflito, como o Kasebre Rock Bar, uma casa de shows inserida na APA e as casas numeradas, uma invasão que ocorreu no local onde seria implantado um piscinão para conter as cheias do Rio Aricanduva. 

Depois subiram pela Av. Jacu Pêssego, que também delimita a APA, até chegar ao bairro Gleba do Pêssego, um reassentamento feito pela COHAB no início dos anos 80. A Gleba do Pêssego está inserida na APA e não é um bairro irregular. 

Em seguida o carro disponibilizado pela Prefeitura deixou os participantes do UC Conhece??? em umas das entradas do Parque do Carmo (urbano). Nessa entrada está localizado um planetário, considerado um dos mais modernos da América Latina. Infelizmente o equipamento está em reforma e deve ser reativado em breve.

As cerejeiras



Já no bosque das cerejeiras, o grupo pode assistir aos shows de cultura típica japonesa e enfrentar as filas na praça da alimentação (de acordo com informações o público esperado para a 37° Festa das Cerejeiras era de 60 mil pessoas). 

Após o almoço, os funcionários da FF aproveitaram a oportunidade para divulgar a campanha “PELA VALORIZAÇÃO DO TRABALHO DE QUEM CUIDA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO”.

Com faixas e panfletos os funcionários pediram apoio e adesões para o abaixo assinado online panela de pressão (http://paneladepressao.nossascidades.org/campaigns/673). 

Para finalizar, os funcionários participaram do ritual de deixar um pedido nas cerejeiras. Colocando um panfleto, todos mentalizaram melhores condições para os profissionais que atuam com as UC e, consequentemente, dias mais floridos para as UC paulistas.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

CRF agenda reuniões com Diretor Executivo

No dia 14 de julho o CRF protocolou carta na Diretoria Executiva visando solicitar uma reunião para apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelo Conselho, além de um calendário de reuniões para estreitar a relação com a Diretoria.

Nesse sentido, o Dr Luís Fernando Rocha respondeu prontamente à solicitação, informando que as reuniões serão mensais, conforme previsão abaixo:
  1. 05/08/2015 às 15h30
  2. 02/09/2015 às 15h30
  3. 07/10/2015 às 15h30
  4. 04/11/2015 às 15h30
  5. 02/12/2015 às 15h30
Para a primeira reunião, que ocorreu ontem (dia 05 de agosto de 2015), foi estabelecida a seguinte pauta: 1) Apresentação e discussão da Campanha Salarial 2015, conforme os eixos estabelecidos.

Na reunião os integrantes do CRF fizeram uma apresentação ao DE (que pode ser visualizada aqui), na qual demonstraram os motivos, informações e constatações que culminaram na definição dos eixos. Também foi ressaltada a importância de se levar adiante a sua implantação e consequências negativas como a desmotivação e evasão dos funcionários.

Luís Fernando mostrou-se sensibilizado com as solicitações e afirmou que já vem buscando encaminhar alguns pleitos, entre eles:

- Reajuste do vale refeição;

- Reposição salarial de 7%;

- Concurso público para guardas-parques e função de gestor de UC.

O CRF avalia que essas ações são importantes e demonstram o compromisso assumido pelo Diretor durante sua posse. No entanto, ressalta que apenas a reposição salarial de 7%, bem como a perspectiva de abertura de concurso sem a implantação de um piso salarial decente e condizente com os valores de outras instituições públicas, somente ocasionará um aumento das desigualdades salariais existentes na FF, persistindo o cenário de desmotivação, esvaziamento e consequente enfraquecimento da instituição.

Também participou da reunião José Toledo Marques Neto, Diretor Administrativo e Financeiro.

Funcionários acompanham posse do Diretor Geral do IF

Os funcionários da Fundação Florestal marcaram presença durante a cerimônia de posse do novo Diretor Geral do Instituto Florestal, Dr. Edgar Fernando de Luca, que ocorreu nesta quinta-feira, 06 de agosto.

A Fundação Florestal foi representada pelo  nosso Presidente, Sr. Ítalo Pompeo Sérgio Mazzarella, que ressaltou a importância de integração entre as instituições, que são “irmãs”.

Ítalo também destacou a importância que o CRF e os funcionários das instituições possuem na construção do futuro do Sistema Ambiental paulista.

O CRF deseja bons trabalhos ao novo Diretor, com o desejo de que as instituições possam se integrar com o objetivo de conservar o patrimônio ambiental paulista.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Demorou, mas chegou: confira os vídeos da audiência pública sobre o PL 249/2013

Confira abaixo os vídeos que registram as importantes participações dos funcionários da FF na audiência pública que discutiu o PL 249/13.

Com declarações contundentes sobre a estrutura da Fundação Florestal, os funcionários solicitaram à Secretária, deputados e governador empenho no fortalecimento da instituição para que de fato as concessões propostas tenha o êxito esperado.

Clique aqui para ver o vídeo na íntegra.




Apresentação da Secretaria de Meio Ambiente - Dra. Patricia Faga Iglecias






Ademir Lourenço Junior - Guarda-parque da Fundação Florestal defende a categoria.






"Mais uma aula de Fausto Pires de Campos"




Resposta da Secretária de Meio Ambiente



Fausto Pires de Campos





Beatriz Louvison - cumprindo seu papel como Coordenadora do CRF


Resposta da Secretária de Meio Ambiente





Thiago Jacovine - vice-coordenador do CRF defende o papel do Estado na conservação.


Resposta da Secretária de Meio Ambiente





Secretário Municipal de Meio Ambiente de Ubatuba - Juan Blanco Prada